Durante a maior parte da minha infância até a vida adulta, tive o privilégio de morar com meus avós maternos, e uma das grandes bênçãos que recebi foi a presença de uma biblioteca em casa. A biblioteca continha coleções de livros, enciclopédias e diversos títulos que com o tempo começaram a despertar minha curiosidade.
Naquela época, a internet ainda não existia e o ritmo da vida era muito mais tranquilo. Era comum eu encontrar meu avô sentado em sua poltrona, lendo uma enciclopédia. Eu achava muito curioso alguém ler enciclopédias, pois eu só as usava para pesquisas escolares.
Desde cedo, comecei a me interessar pelas capas, ilustrações e fontes utilizadas nos títulos dos livros. Comecei a ler as sinopses e descobri um universo fascinante que estava dentro da minha própria casa!
Um dos primeiros livros que li e que marcou muito minha vida e meu amor pela ficção científica foi “Admirável Mundo Novo” (1932), de Aldous Huxley. Lembro-me de que, na época, eu tinha cerca de 15 anos e me perguntava como alguém poderia ter escrito uma obra tão impactante na década de 30!
Eu li muitos títulos, e antes mesmo do início do ano letivo, eu já havia dominado a matéria inteira de Literatura. A professora tinha um relacionamento amor-ódio comigo, pois eu era um dos melhores alunos, apesar de ser muito bagunceiro, rsrsrs.
O meu amor pela literatura acabou sendo extremamente útil no vestibular, pois eu quase gabaritei a prova. Infelizmente, hoje em dia, as bibliotecas dentro das casas são raras, e os jovens passam a maior parte do seu tempo rolando a tela do celular. É uma pena que as novas gerações estejam perdendo a oportunidade de mergulhar em um mundo fascinante como o da literatura.